segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cartas vãs

Rasga, amor, as cartas que te escrevi
E que selei com beijos de saudade!
E se algum dia as leste de verdade
Apaga da memória as frases que fixaste.

São cartas que imploram, rogam água
Que mate a minha sede de carinho.
Não vou mais escrevê-las, estou cansada
De ser como um pedinte pobrezinho.

Nessas cartas que eu bem sei não entendeste
E numa gaveta guardaste e esqueceste,
A minha alma e coração, um livro aberto!

Nas entrelinhas tanta coisa por dizer,
Emoções caladas que não soubeste ler.
Cartas vãs, folhas soltas num deserto…

Ana Lee

2 comentários:

  1. "Tanta coisa a dizer" sobre este soneto incrível e eu aqui sem palavras...

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  2. Margarida
    De tudo o que já escrevi este é, talvez, mesmo o meu preferido!
    Sei-o de cor...
    Ficar sem palavras é uma reação incrível!!!
    Obrigada!

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