Poemas meus e poemas de outros… Músicas… Partilha com aqueles que, como eu, têm um coração com asas… asas de letras, asas de versos ou asas de sons, que nos levam para longe ou para dentro de nós mesmos…
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
O NONO MÊS
Devagarinho, sem eu perceber
Os dias vão mingando, vão morrendo,
O sol de aquecer vai-se esquecendo
Em breve amanhecerá a chover.
As árvores suas folhas vão perdendo,
É cinza o céu, de nuvens carregado,
É triste o dia que já nasce amargurado
E tudo vai, dentro de mim, adormecendo.
Quero saltar o nono mês, quero fugir…
Quero acordar amanhã e ser dezembro!
Fica, verão, ou guarda bem o meu sorrir…
Mês de ansiedades, não, não queiras vir!
Trazes tristeza e nostalgia, como te entendo!
Se já fui feliz contigo eu não me lembro.
Paula Loureiro
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Viagem
Pálido é o luar no alto da noite.
Tristes as estrelas, no seu cintilar,
Lembram caravelas perdidas no mar,
Sós, vagueando, no meio do nada,
Perdidas na noite que é o teu olhar…
E a lua avança no mar que é o céu,
Qual navio em busca da luz de um farol.
Estrelas procuram um rumo a seguir,
Em busca de um sonho, do brilho de um sol,
Desejando o dia que é o teu sorrir…
Adensa-se a névoa, arrefece o ar.
Reflete-se a lua no espelho da água.
Sem sol, sem farol… pálido o luar.
Perde-se a esperança de um porto seguro…
A noite é passado. Que é do futuro?...
Paula Loureiro
terça-feira, 28 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
FIM DE VERÃO
Hoje acordei e não havia verão.
Através da janela vi a névoa e os pés descalços no chão acusaram o frio que entrava pela fresta da porta da varanda.
Visualizei na minha mente o calendário – 27 de agosto. Seria mesmo?!
Um aperto no peito lembrou-me que as férias estão no fim. Revi o último mês e meio, ou pedaços… momentos, paisagens, músicas, cheiros, emoções… Acho que nunca umas férias foram tão ricas e diversificadas! Não me entediei, não fiquei farta, não desejei o seu fim…
O nevoeiro continua lá fora a lembrar que setembro está aí. Tenho ainda umas coisas da minha lista para fazer esta semana. Quero deixar tudo em ordem para pôr a cabeça no trabalho, quando isso o exigir.
O verão está no fim… e vai demorar tanto a voltar outra vez…
Não é o outono que me preocupa, mas o mês de setembro… mês difícil, ansioso, inseguro, cheio de novidades, nem sempre boas. É um recomeço. Uma nova vida.
Tenho planos! Tenho medos… Medo de não resistir ao inverno ou de não ser a mesma no próximo verão.
Ao mesmo tempo sinto paz. Talvez a noção de dever cumprido. Talvez a paz de uma mente descansada, cheia de coisas felizes.
Setembro: vem devagarinho, com calma, se possível com algum sol e calor! Vem brando e passa depressa para não doer tanto!
Paula Loureiro
sábado, 25 de agosto de 2012
Navegando no teu mar
Navego num mar que dizes ser teu
E creio na maré cheia em que chegaste.
Meus castelos de areia transformaste
Em azul do teu mar e do meu céu!
Navego ao sabor desta vontade
De querer-te e querer que queiras só a mim.
E presa nos teus braços sinto enfim
Um borbulhar de ondas… felicidade!
Navego nesse cheiro de maresia,
Na esperança apaixonada de que a lua
Conserve esta maré que me fez tua
E nunca mais volte a ser maré vazia…
Paula Santos
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Quem sai aos seus...
AS PALAVRAS
A palavra televisão diz-me o que vai acontecer;
A palavra amigo está sempre comigo…
-Ahhhh!!!! O que seria eu sem elas!!!
A palavra mãe todos os dias trata de mim;
A palavra pai manda-ma sempre para o quarto!
Mas a palavra quarto já está à minha espera.
-Ahhhh!!!! Quem cuidaria de mim sem elas!!!
A palavra praia lembra-me as ondas e a brisa do mar;
Mas só a palavra férias me consegue sossegar.
A palavra vida não me diz nada… só faz com que tudo aconteça!
-Ahhhh!!!! Como seria a minha vida sem a palavra vida!
INÊS DOS SANTOS LOUREIRO
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
IMAGEM
Ando a sonhar com um dia de verão,
Com aves, flores e cheiro a rosmaninho,
Acordar envolta em lençóis de linho
Ao som do bater do teu coração.
Ando a sonhar com um sol radiante
Entrando no quarto e aquecendo a cama…
Sentir nos teus olhos, do amor, a chama,
Mais forte que o brilho de um diamante.
Ouvem-se as águas de um rio a correr,
Ouve-se a coruja, o pica-pau e as relas.
Sente-se a brisa do dia a nascer.
Ou será já o poente, o entardecer?...
Sonho que vais fechar as janelas
E sobre o meu peito vens adormecer…
Ana Lee
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Ser poeta é... (pela madrinha do blogue)
Que me perdoem os que não concordam, mas ser poeta é mesmo ser mais alto, é ver mais, é ver melhor, é ser intenso e profundo, é sentir o mundo inteiro numa gota e a pequena gota que escorre na face amiga, é ver o que os outros não veem, escutar o que mais ninguém escuta, sentir grandes os corações que se dão e querê-los só por isso. Ser poeta é ser especial, é não ser normal, e viva essa anormalidade, pois ser poeta é ser diferente da banalidade!...
É poeta aquele que não pode deixar de mostrar o que sente, o que grita ao mundo a sua alma em torrente, quer o mundo o abrace ou o enxote...
Vivam os poetas, Paulinha! Venham daí! ;)
É poeta aquele que não pode deixar de mostrar o que sente, o que grita ao mundo a sua alma em torrente, quer o mundo o abrace ou o enxote...
Vivam os poetas, Paulinha! Venham daí! ;)
A meio...
A meio da praia olho para trás
Olho e vejo a vida, o que já passou,
Grande tela verde, rosa e lilás…
A meio da praia fico com saudades
De tudo o que fiz, do que fui capaz…
E velo mil quadros de vida tingidos;
Contemplo o passado que o vento levou!
Pessoas, momentos de tons coloridos…
A meio da praia consigo ver tudo:
Noites cinzentas e dias garridos.
E fico parada e quase nem vejo.
A voz embargada, água no olhar…
Um nó na garganta acende o desejo
De andar para trás, de algo procurar.
Mas o vento sopra em direção ao mar…
A meio da praia em frente, a avançar,
Só o oceano e o céu que se beijam!
Uma tela imensa para eu pintar…
Mas que cores, que formas hei de misturar?...
Tanta coisa cabe dentro deste mar…
Paro novamente à beira da água.
Seguro no peito o coração e a alma,
O medo é imenso, vem com a solidão.
Olho para trás, já não vejo nada…
Tenho de ir em frente. Quem me dá a mão?...
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Cartas vãs
Rasga, amor, as cartas que te escrevi
E que selei com beijos de saudade!
E se algum dia as leste de verdade
Apaga da memória as frases que fixaste.
São cartas que imploram, rogam água
Que mate a minha sede de carinho.
Não vou mais escrevê-las, estou cansada
De ser como um pedinte pobrezinho.
Nessas cartas que eu bem sei não entendeste
E numa gaveta guardaste e esqueceste,
A minha alma e coração, um livro aberto!
Nas entrelinhas tanta coisa por dizer,
Emoções caladas que não soubeste ler.
Cartas vãs, folhas soltas num deserto…
Ana Lee
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Todas as tardes
Tu vens em cada tarde pra me veres,
É por ti que eu espero todos os dias.
No nosso olhar, Amor, há fantasias
Maiores que vãs loucuras e prazeres!
Todas as tardes olho pela janela,
Qual princesa em seu castelo prisioneira…
Cada tarde é para nós a derradeira,
A última em que sou tua Cinderela!
Vem Amor, faz-me um sinal pra eu te ver!
Que mais desta paixão posso eu querer
Se ver-te ao longe, assim, é bom demais!
Vem esta tarde, vem, vem ter comigo!
Faremos deste Amor o nosso abrigo
E tu serás feliz uma vez mais…
Joana Dias
Versos de luar
Olha para o céu quando for noitinha
Olha bem alto, longe, na escuridão.
E no luar, vê se descobres, adivinha:
Há versos de amor, versos de paixão!
Lê-os um a um, são todos pra ti,
Lê-os com carinho, com o coração.
São versos da noite que a lua juntou,
Em quadras de amor, quadras de paixão!
Todo o firmamento vai estar inundado
Por este soneto feito de luar,
Feito com o brilho de tanto te amar…
E ao nascer do sol, um último verso
Dir-te-á ainda numa despedida:
-Quando existe amor, que bela é a vida!...
Ana Lee
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Fascinação II
FASCINAÇÃO
O sonho mais lindo sonhei:
De mil ternuras enchi teu coração.
E a minha alma triste, abandonada,
Banhou-se nesse sonho e encantada
Dormiu nessa magia… fascinação!
Nesse sonho tão lindo sonhei:
Que afagavas a minh’ alma em tua mão.
E ela exuberante, leve, calma...
Voou ao encontro da tua alma
Atenta à sua voz … fascinação!
No meu sonho tu não falavas nem eu te ouvia,
Mas algo dentro de mim por ti chamava…
E eu, amante atenta, então corria
Na direção dessa voz que não soava.
O sonho mais lindo sonhei:
De mil ternuras enchi teu coração.
E sempre meiga, atenta à tua voz
Fiquei embriagada nesse amor,
Que és tu …magia … fascinação!...
Ana Lee
Atenta à sua voz … fascinação!
No meu sonho tu não falavas nem eu te ouvia,
Mas algo dentro de mim por ti chamava…
E eu, amante atenta, então corria
Na direção dessa voz que não soava.
O sonho mais lindo sonhei:
De mil ternuras enchi teu coração.
E sempre meiga, atenta à tua voz
Fiquei embriagada nesse amor,
Que és tu …magia … fascinação!...
Ana Lee
Fascinação I
"É com isto que se parece o instante em que o Amor nasce: a mulher não resiste à voz que chama pela sua alma apavorada; o homem não resiste à mulher cuja alma se torna atenta à sua voz."
in "A insustentável leveza do ser", Milan Kundera.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Para os meus amigos!
E depois de recomeçar a escrever veio o jogo do "Amigo secreto" na minha escola!
Aqui fica um poema que fiz para oferecer à Ana Costa, de quem fui, com muito gosto, Amiga Secreta!
Aqui fica um poema que fiz para oferecer à Ana Costa, de quem fui, com muito gosto, Amiga Secreta!
AMIGA
Nasceu mais uma flor no meu jardim
Juntou-se a muitas outras que já havia!
Foi como o despertar de um novo dia,
Um dia que nasceu só para mim!
No mundo em que vivemos, neste tempo,
“Sentir” é raro, ou é vergonha ou é ser fraco.
“Mimar” é graxa ou sedução ou é engano,
Ter amigos ou é sorte ou … merecimento?...
Neste jardim, que é meu, não há pudores.
Se amo, digo “Amo-te” aos meus amores
E espero que eles mo digam, se for verdade!
Partilhar os sentimentos é ser forte,
Dizer o que se sente é generoso,
É cuidar do jardim da AMIZADE!
Paula Loureiro
2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Teria valido a pena?
Quem dera nesta vida não pensar
Viver, dia após dia, livremente.
Seguir, levar meus passos sempre em frente
Deixar de no passado matutar…
Quem dera ignorar os sentimentos,
Viver sem sorrir e sem chorar.
Seguir adiante, sempre a caminhar
Deixar de ter sonhos e desalentos…
E um dia, chegando a vida ao fim,
Esse dia em que o caminho terminasse,
Que teria eu, de rico, em mim?
E se alguém sobre o passado perguntasse,
Que emoções haveria eu de lembrar?
Que VIDA teria eu para contar?...
PAULA LOUREIRO
Apresento-me, a mim e ao meu blogue...
Chamo-me Paula Loureiro.
Nasci a 16 de janeiro de 1971, na Guarda, num dia de neve. Vivi a minha infância e adolescência em Manteigas, a minha terrinha do coração, no coração da Serra da Estrela. Foi aí que escrevi os meus primeiros poemas. Alguns deles eram letras para as canções em Inglês, idioma que, na altura, ainda não sabia falar!
Mais tarde fui estudar para Coimbra, onde fiz a licenciatura em Biologia, no ramo educacional … sou, portanto, professora de Ciências Naturais. Foi já em Coimbra que me apaixonei pela poesia da Florbela Espanca, de quem sou fã incondicional! Movida pelos amores e desamores da juventude continuei a fazer poesia… até que parei…
Entretanto casei, tive dois filhos, dei aulas, fiz 40 anos… e, 18 anos depois de ter parado de escrever e uns dias depois de ter sido convidada por duas amigas para ver, no cinema, o filme português “Florbela”… recomecei! Algum tempo depois surgiu, na minha escola, o jogo "Amigo secreto"! Fiz então um poema para a colega de quem eu era amiga secreta. Os elogios motivaram-me a continuar! Fui depois publicando poemas no "Face", alguns amigos deram a ideia de um blogue... e cá está ele!
Como a música sempre foi uma constante na minha vida e como comecei a escrever para as músicas que não sabia cantar em inglês, este será, também, um blogue musical.
À madrinha do blogue, a minha amiga Margarida, que me ajudou a construi-lo, o meu agradecimento pela disponibilidade e paciência. Aos que passarem por aqui e lerem o que eu escrevo, obrigada também e deixem os vossos comentários.
Os meus 4 "eus": Paula Santos, Joana Dias, Ana Lee e Paula Loureiro correspondem a diferentes fases da minha escrita… Começo este blogue com o poema do meu regresso ao mundo da poesia, escrito a 2 de abril de 2012, dia em que a minha filha fez 11 anos! Estava então de férias na praia de Buarcos, local muito especial para mim!...
Nasci a 16 de janeiro de 1971, na Guarda, num dia de neve. Vivi a minha infância e adolescência em Manteigas, a minha terrinha do coração, no coração da Serra da Estrela. Foi aí que escrevi os meus primeiros poemas. Alguns deles eram letras para as canções em Inglês, idioma que, na altura, ainda não sabia falar!
Mais tarde fui estudar para Coimbra, onde fiz a licenciatura em Biologia, no ramo educacional … sou, portanto, professora de Ciências Naturais. Foi já em Coimbra que me apaixonei pela poesia da Florbela Espanca, de quem sou fã incondicional! Movida pelos amores e desamores da juventude continuei a fazer poesia… até que parei…
Entretanto casei, tive dois filhos, dei aulas, fiz 40 anos… e, 18 anos depois de ter parado de escrever e uns dias depois de ter sido convidada por duas amigas para ver, no cinema, o filme português “Florbela”… recomecei! Algum tempo depois surgiu, na minha escola, o jogo "Amigo secreto"! Fiz então um poema para a colega de quem eu era amiga secreta. Os elogios motivaram-me a continuar! Fui depois publicando poemas no "Face", alguns amigos deram a ideia de um blogue... e cá está ele!
Como a música sempre foi uma constante na minha vida e como comecei a escrever para as músicas que não sabia cantar em inglês, este será, também, um blogue musical.
À madrinha do blogue, a minha amiga Margarida, que me ajudou a construi-lo, o meu agradecimento pela disponibilidade e paciência. Aos que passarem por aqui e lerem o que eu escrevo, obrigada também e deixem os vossos comentários.
Os meus 4 "eus": Paula Santos, Joana Dias, Ana Lee e Paula Loureiro correspondem a diferentes fases da minha escrita… Começo este blogue com o poema do meu regresso ao mundo da poesia, escrito a 2 de abril de 2012, dia em que a minha filha fez 11 anos! Estava então de férias na praia de Buarcos, local muito especial para mim!...
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