Houve um tempo em que não havia
internet, nem telemóveis.
E nem todas as casas tinham um telefone fixo.
Quando, no meu quarto de estudante universitária,
as saudades apertavam, eu descia a rua,
de credifone no bolso,
até à cabine que me levava ao som da tua voz.
Tinha sempre um mundo pra te contar.
Tu ias ouvindo (será que me ouvias mesmo?!)
e ias dizendo: "Sim... Pois...".
Subia de novo a rua. Era noite, às vezes chovia.
Credifone vazio no bolso. Tal como a alma
sedenta de ouvir o teu mundo, que nunca chegavas a contar.
Prometia a mim mesma não voltar a descer a rua
de credifone no bolso e encher a alma, apenas,
de mensagens que chegassem por telepatia...
Ana Lee
Aquilo que a alma nos impele a partilhar com outrem é como aquilo que gostamos uns nos outros: sempre diferente, sempre uma outra coisa... E assim temos de aprender a gostar de viver!... :)
ResponderEliminarBeijão