Na verdade ninguém se queixou! Sou mesmo eu que me sinto em falta... tenho escrito, mas não poesia.
Esta situação fez-me lembrar um poema que fiz há muitos anos. Vou deixá-lo aqui tal e qual o escrevi na época (1992), apesar de me ter apetecido melhorá-lo um pouco. Fica para outra altura!
“JÁ POETA NÃO SOU”
Já não sei fazer rimas como outrora
Já esqueço essas palavras de poesia
Não há motivo algum em cada hora
Que mereça ser escrito ao fim do dia
Sufoco sem janelas e sem asas
Respiro letras entre livros sufocadas
Quero gritar mas escasseiam as palavras
Quero sair por essas portas já fechadas
Já de amor não faço mais poemas
Já me esqueço que o sono é pra sonhar
E todas as ilusões são tão pequenas
Que não merecem ser escritas a rimar
Já não sou poeta, já não choro
Finjo ser feliz em cada dia
E todo o romantismo que eu adoro
Dá lugar a esta falsa euforia
Já não sei fazer versos e canções
Já não penso em ninguém ao acordar
Tenho saudades de escutar dois corações
A baterem no meu peito para a par…
Paula Santos Loureiro
10 de fev de 1992
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