domingo, 30 de dezembro de 2012

Lara Fabian

1º Campeonato Nacional de Poesia - 3ª jornada

A sua melhor amiga vai partir – e ficará sem a ver durante muitos anos.
Escreva-lhe, usando não mais de 300 palavras, um poema de despedida.
 
PARTIDA

Fica neste abraço apertadinho.
Deixa o comboio partir sem te levar,
Ou, então, leva-me contigo na bagagem
Não me deixes sozinha no caminho.

Quem me ouve se não estiveres, quem me vai ler?
Quem me diz o que quero e não quero ouvir?
Quem me abraça, simplesmente, e não diz nada?
Quem vai segurar na minha mão pra me entender?

Como podes, tu, dizer pra continuar
Se a minha vida a vais tu levar contigo?...
Só tu me conheces, dentro e fora, totalmente.
Como podes tu dizer pra não chorar?!

Fica, Amiga, que eu não tenho essa coragem
De em meus sonhos criar asas e voar
E fazer da minha vida essa viagem.
Se eu me parecesse mais contigo também ia…
Não ficava nesta corda a balouçar
Nem seria o meu futuro uma miragem…

Paula Loureiro

1º Campeonato Nacional de Poesia - 2ª jornada

 Escreva, usando não mais de 300 palavras, um poema que comece pela palavra “tudo”.   


TUDO

TUDO na vida, então, me fugia…
Passavam semanas, meses e anos;
Mal era manhã já entardecia
E grandes crenças eram desenganos.

A agenda, já cheia, eu preenchia
Lides, canseiras, preocupações.
Nada de lazer nem de euforia,
Só listas negras de obrigações…

E TUDO parei, até o meu tempo
Rasguei as folhas da agenda ocupada;
O importante está no pensamento.

“Hei de ser feliz”, desejei um dia…
Hoje é esse dia, não quero mais nada
E TUDO o que importa é este momento.

Paula Loureiro

 

1º Campeonato Nacional de Poesia - 1ª jornada

Imagine que celebra, hoje, 45 anos de união com a pessoa que ama e sempre amou. Escreva-lhe, usando não mais de 300 palavras, um poema.


BODAS

É já tarde na vida e põe-se o sol, enfim.
Olhas-me e vês-me na calma do entardecer,
Finalmente já não tens nada a perder
E o tempo todo que te resta é para mim.

O outono avança, não há frutos pra colher,
Nem milho, ou vinho ou azeite no lagar…
Não há terras pra lavrar ou adubar;
Resto, agora, apenas eu, no teu viver.

Vês-me hoje como há muito não me vias,
Sinto agora o teu amor, o teu carinho…
Não sou mais aquele pedinte, pobrezinho,
Que aqui esteve todo este tempo, tantos dias!...

Desejei chegar aqui, não vou mentir.
Pra me ouvires, me leres, dares-me atenção
E quereres somente a minha mão na tua mão,
Tua cabeça no meu ombro para dormir…

Já não tenho que escrever tudo o que sinto
E traduzir em versos os meus medos,
Os meus sonhos deixaram de ser segredos,
Tu olhas-me e vês-me e não te minto.

Há 45 anos, meu amor, sou tua de alma e sentimentos.
O meu coração, o meu sorriso… sempre teus.
Os teus braços, enfim, tocam nos meus…
Sentes no peito, a pulsar, meus pensamentos.

E eu, que tanto quis que fosses para mim
Calmo, meigo, atento, enamorado,
Esqueço agora tudo o que é passado
E vou saborear-te até ao fim.

Paula Loureiro

A propósito do coração...

domingo, 9 de dezembro de 2012

SEGUE O TEU CORAÇÃO

"Lembrar-me que inevitavelmente terei que morrer é a mais importante ferramenta que eu alguma vez encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida. Porque praticamente tudo - todas as nossas expectativas externas, todo o nosso orgulho, todo o nosso medo do embaraço ou fracasso - ...
todas estas coisas simplesmente caem em face da morte, deixando apenas aquilo que é realmente importante.

Lembrares-te que mais cedo ou mais tarde vais morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de que temos alguma coisa a perder. Nós já estamos nús. Não existe nenhuma razão para não seguirmos o nosso coração."

Steve Jobs

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

À janela

Da minha janela vejo o arvoredo,
A chuva a cair, o sol a nascer,
Pássaros que cantam ao entardecer,
A lua que conta à noite um segredo.

Da minha janela vejo-te passar
Qual ave perdida da sua estação,
Árvore despida no meio do verão
E no inverno qual rio a secar…

Digo olá às gentes da minha janela,
Todos retribuem como é bom de ver!
Só tu me ignoras ao passar por ela…

Chego-me à beirinha para te gritar:
- Tenho estado à espera, tu não queres saber?
Se eu cair tu vens pra me apanhar?...

Paula Loureiro