Poemas meus e poemas de outros… Músicas… Partilha com aqueles que, como eu, têm um coração com asas… asas de letras, asas de versos ou asas de sons, que nos levam para longe ou para dentro de nós mesmos…
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
domingo, 30 de dezembro de 2012
1º Campeonato Nacional de Poesia - 3ª jornada
A sua melhor amiga vai partir – e ficará sem a ver durante muitos anos.
Escreva-lhe, usando não mais de 300 palavras, um poema de despedida.
PARTIDA
Fica neste abraço apertadinho.
Deixa o comboio partir sem te levar,
Ou, então, leva-me contigo na bagagem
Não me deixes sozinha no caminho.
Quem me ouve se não estiveres, quem me vai ler?
Quem me diz o que quero e não quero ouvir?
Quem me abraça, simplesmente, e não diz nada?
Quem vai segurar na minha mão pra me entender?
Como podes, tu, dizer pra continuar
Se a minha vida a vais tu levar contigo?...
Só tu me conheces, dentro e fora, totalmente.
Como podes tu dizer pra não chorar?!
Fica, Amiga, que eu não tenho essa coragem
De em meus sonhos criar asas e voar
E fazer da minha vida essa viagem.
Se eu me parecesse mais contigo também ia…
Não ficava nesta corda a balouçar
Nem seria o meu futuro uma miragem…
Paula Loureiro
1º Campeonato Nacional de Poesia - 2ª jornada
Escreva, usando não mais de 300 palavras, um poema que comece pela palavra “tudo”.
TUDO
TUDO na vida, então, me fugia…
Passavam semanas, meses e anos;
Mal era manhã já entardecia
E grandes crenças eram desenganos.
A agenda, já cheia, eu preenchia
Lides, canseiras, preocupações.
Nada de lazer nem de euforia,
Só listas negras de obrigações…
E TUDO parei, até o meu tempo
Rasguei as folhas da agenda ocupada;
O importante está no pensamento.
“Hei de ser feliz”, desejei um dia…
Hoje é esse dia, não quero mais nada
E TUDO o que importa é este momento.
Paula Loureiro
1º Campeonato Nacional de Poesia - 1ª jornada
Imagine que celebra, hoje, 45 anos de união com a pessoa que ama e sempre amou. Escreva-lhe, usando não mais de 300 palavras, um poema.
BODAS
É já tarde na vida e põe-se o sol, enfim.
Olhas-me e vês-me na calma do entardecer,
Finalmente já não tens nada a perder
E o tempo todo que te resta é para mim.
O outono avança, não há frutos pra colher,
Nem milho, ou vinho ou azeite no lagar…
Não há terras pra lavrar ou adubar;
Resto, agora, apenas eu, no teu viver.
Vês-me hoje como há muito não me vias,
Sinto agora o teu amor, o teu carinho…
Não sou mais aquele pedinte, pobrezinho,
Que aqui esteve todo este tempo, tantos dias!...
Desejei chegar aqui, não vou mentir.
Pra me ouvires, me leres, dares-me atenção
E quereres somente a minha mão na tua mão,
Tua cabeça no meu ombro para dormir…
Já não tenho que escrever tudo o que sinto
E traduzir em versos os meus medos,
Os meus sonhos deixaram de ser segredos,
Tu olhas-me e vês-me e não te minto.
Há 45 anos, meu amor, sou tua de alma e sentimentos.
O meu coração, o meu sorriso… sempre teus.
Os teus braços, enfim, tocam nos meus…
Sentes no peito, a pulsar, meus pensamentos.
E eu, que tanto quis que fosses para mim
Calmo, meigo, atento, enamorado,
Esqueço agora tudo o que é passado
E vou saborear-te até ao fim.
Paula Loureiro
domingo, 9 de dezembro de 2012
SEGUE O TEU CORAÇÃO
"Lembrar-me que inevitavelmente terei que morrer é a mais importante ferramenta que eu alguma vez encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida. Porque praticamente tudo - todas as nossas expectativas externas, todo o nosso orgulho, todo o nosso medo do embaraço ou fracasso - ...todas estas coisas simplesmente caem em face da morte, deixando apenas aquilo que é realmente importante.
Lembrares-te que mais cedo ou mais tarde vais morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de que temos alguma coisa a perder. Nós já estamos nús. Não existe nenhuma razão para não seguirmos o nosso coração."
Steve Jobs
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
À janela
Da minha janela vejo o arvoredo,
A chuva a cair, o sol a nascer,
Pássaros que cantam ao entardecer,
A lua que conta à noite um segredo.
Da minha janela vejo-te passar
Qual ave perdida da sua estação,
Árvore despida no meio do verão
E no inverno qual rio a secar…
Digo olá às gentes da minha janela,
Todos retribuem como é bom de ver!
Só tu me ignoras ao passar por ela…
Chego-me à beirinha para te gritar:
- Tenho estado à espera, tu não queres saber?
Se eu cair tu vens pra me apanhar?...
Paula Loureiro
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