Horas mortas… Curvada aos pés do monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A ouro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota d´água!
Florbela Espanca
Este foi o 1º poema que li da minha "Beca", algures num livro de Português da escola.Foi amor à 1ª vista...
ResponderEliminarE foi muito bem amado, Paulinha! Sem dúvida!
ResponderEliminar*___*