Poemas meus e poemas de outros… Músicas… Partilha com aqueles que, como eu, têm um coração com asas… asas de letras, asas de versos ou asas de sons, que nos levam para longe ou para dentro de nós mesmos…
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
LILÁS
É lilás o meu sótão, meu cantinho.
Está recheado de memórias, emoções,
Retratos, poemas, flores, canções…
De lilás o vou pintando, de mansinho…
Numa caixa, de cor lilás, guardo diários
Escritos numa primavera em flor;
Histórias, decisões, cartas de amor,
Sonhos reais ou imaginários.
Fotos em molduras cor lilás
Perfumam o meu sótão, suavemente,
Todo o ano, a vida toda sempre em flor.
Fecho a porta, deixo o sótão para trás.
O passado vai-o sendo, lentamente.
Levo comigo o lilás pra onde for.
Paula Loureiro
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
O meu desejo - Florbela Espanca
Vejo-te só a ti no azul dos céus,
Olhando a nuvem de oiro que flutua.
Ó minha perfeição que criou Deus
E que num dia lindo me fez sua!
Nos vultos que diviso pela rua,
Que cruzam os seus passos com os meus...
Minha boca tem fome só da tua!
Meus olhos têm sede só dos teus!
Sombra da tua sombra, doce e calma,
Sou a grande quimera da tua alma
E, sem viver, ando a viver contigo...
Deixa-me andar assim no teu caminho
Por toda a vida, Amor, devagarinho,
Até a morte me levar consigo...
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
"Pergunta-me" - Mia Couto
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer
Mia Couto
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
1º Campeonato Nacional de Poesia - 10ª (e última) jornada
Escreva, usando não mais de 300 palavras, um poema que termine com a palavra “sempre”.
Liberdade
És livre de dizer quanto me queres,
de o teu amor gritar aos quatro ventos.
És livre de mostrar teus sentimentos,
e dizer “amo” sempre que quiseres…
Porque não usas essa liberdade
e escondes o que sentes sem falar?
Sê franco, não precisas disfarçar!...
Será que tu me amas de verdade?...
Eu peço-te, diz-me o que sentes, fala!
Tu disfarças e nunca dizes nada…
Não percebo o que te impede, o que te cala…
E pedes tu que eu ame eternamente,
que eu cante e ria sempre, de contente,
sem de ti ter o que peço desde sempre…
Paula Loureiro
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
domingo, 3 de fevereiro de 2013
1º Campeonato Nacional de Poesia - 9ª Jornada
Deus está diante de si.
Escreva-lhe, usando não mais de 300 palavras, um poema.
ORAÇÃO
Faz, meu Deus, de mim poeta,
faz-me pintora da alma, põe música na minha mão!
Dá-me palavras, dá-me versos,
metáforas e eufemismos…
Põe letras na minha canção!
Quero ser poeta, meu Deus,
dá-me esse dom, esse presente.
Não deixes que a vida se esfume
sem ouvir o coração,
sem chorar só porque sim…ou porque não.
Salva-me, Deus, deste fado!
Põe o arco-íris no meu olhar:
cores vivas no maio em flor
flores doces no mês do amor.
Dá-me apenas céu e mar!
Dá-me, meu Deus, por favor
Um tantinho de Pessoa, de Camões ou de Florbela …
Ai como eu gostaria de, assim, escrever como ela!...
Dá-me abraços ao sol-pôr,
olhares que se cruzam e riem,
mãos que se tocam e sentem
calor de amizade, de amor…
Pois se eu for poeta, meu Deus
A saudade vou cantar, o sentir e o sonhar
O querer, o não querer…o receber e o dar…
E se preciso for, não me importo…
Dá-me também a tristeza, a noite,
a morte, que seja…
Troco a vida por uma alma
que sente, que ama e flameja!
Paula Loureiro
Subscrever:
Comentários (Atom)
